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AVÔ, ONDE ESTAVAS

Atualizado: 28 de abr.




Avó/avô, onde estavas no dia 25 de abril de 1974?

Alunos dos 3º e 4º anos da Escola Básica da Moita

 

Guilherme Fernandes entrevista a avó Irene, tem atualmente 79 anos. Quando se deu o 25 de abril 1974, tinha 29 anos.

Avó Irene - Nesse dia estava a trabalhar como todos os meus colegas e o pessoal do escritório informou os trabalhadores que tinham de parar imediatamente e tinham de ir para a rua, porque as fábricas tinham de fechar.

Eu - Todos os trabalhadores saíram da fábrica?

Avó Irene - Na minha sim, mas houve pelo menos uma fábrica na Guarda Nova que não obedeceu às ordens dadas, e a polícia e os populares bateram no patrão e em alguns funcionários, e foram obrigados a fechar.

                                                    

Bruna Domingues entrevista o avô António Maria Domingues, tem atualmente 67 anos. Quando se deu o 25 de abril 1974, tinha 17 anos.

Avô António Domingues - Estava a trabalhar por conta do meu patrão em casa de um cliente em Leiria, a colar papel numa parede e o  cliente disse-me que se estava a passar em Lisboa uma revolução.

 

David Videira entrevista o avô João Simões, tem atualmente 72 anos. Quando se deu o 25 de abril 1974, tinha 22 anos.

- Nessa altura, eu tinha 22 anos e passei o dia da Revolução do 25 de Abril de 1974 no mar à pesca do bacalhau. Estávamos rodeados de água por todos os lados. Não tinha ideia do que estava a acontecer. Só soubemos pela rádio das comunicações que tinha acontecido uma grande revolução em Lisboa. A comunicação nessa altura era muito diferente da dos dias de hoje. Só falávamos pela rádio e pouco. Estávamos em alto mar e nada sabíamos. Assim o dia mais importante da história passou despercebido por nós. Só quando chegamos a terra é que tivemos noção do importante que foi a revolução dos cravos.

 

Afonso Bernardo   entrevista o avô José Bernardo, que tem atualmente 70 anos. Quando se deu o 25 de abril 1974, tinha 20 anos.

Avô José Bernardo - Estava a trabalhar numa fábrica de vidro, soube através da rádio. Na Marinha Grande pararam as fábricas e os trabalhadores foram para a praça Stephens, em frente à Câmara Municipal, da varanda falaram várias pessoas de renome entre as quais o Doutor José H. Vareda.

 

Mafalda Filipe entrevista o avô António Santos, tem atualmente 69  anos. Quando se deu o 25 de abril 1974, tinha 19 anos.

Avô António Santos - Nessa altura tinha 19 anos e trabalhava na Câmara Municipal de Lisboa e lembro-me que nessa manhã, quando estava para ir trabalhar, o meu pai disse-me que não podia sair de casa porque estava a acontecer uma revolução nas ruas de Lisboa.

 

Matilde Almeida entrevista a avó Maria Graciete Morgado, tem atualmente 75 anos. Quando se deu o 25 de Abril 1974, tinha 25 anos.

Avó Maria Graciete Morgado - Eu  estava  em   casa  com  a  minha  filha  que  tinha   1  mês  e  meio e soube, porque deu  nas notícias que em  Lisboa  havia algo e eu  não percebi.

                                                           

Miguel Morgado entrevista a avó Maria Oldina Rodrigues, tem atualmente 68 anos. Quando se deu o 25 de abril 1974, tinha 18 anos.

A avó Maria Oldina Rodrigues - Como em todas as manhãs, levantei-me e liguei o rádio. Sem saber o que se passava, em todas as estações de rádio ouvia-se a mesma música “Grândola Vila Morena”. Passados alguns minutos numa das estações de rádio informaram que tinha havido uma revolução em Lisboa, feita pela tropa e disseram para mantermos a calma. Ficámos assustados, não sabíamos o que fazer… ficar em casa ou ir para o trabalho?

Algum tempo depois informaram que devíamos seguir a nossa vida normal. E lá fui eu com o meu pai trabalhar para a firma Emidio Maria da Silva, na Marinha Grande.

Estávamos todos um pouco assustados, pois não sabíamos o que se estava a passar em Lisboa.

Disseram na rádio que tinha sido preso o então presidente da república, o Sr. Américo Tomás, e também o então primeiro-ministro, Sr. Marcelo Caetano.

A meio da manhã na Marinha Grande houve uma multidão enorme de pessoas que se juntaram e correram pelas ruas gritando…. LIBERDADE.

E o povo dizia: Agora já podemos reivindicar os nossos direitos e falar livremente.

                                                                  

Matilde Pilão entrevista o avô Armindo Joaquim Nobre Pelado, tem atualmente  71 anos. Quando se deu o 25 de abril 1974, tinha 21 anos.

Avô Armindo Joaquim Nobre Pelado -  Na noite de 1974, eu estava no quartel Militar em Elvas. Pediram que dormíssemos vestidos com o camuflado de guerra  e a arma à cabeceira da cama.  Às 5 h da manhã, fomos acordados porque se estava a dar a revolução em Lisboa.

Durante o dia fomos destacados para a fronteira de Portugal e Espanha e mais tarde para o “Forte de Elvas”. Devido ao golpe militar do dia 25 de abril, não fui para a guerra colonial em Angola e fiquei em Portugal.

                                                          

Lourenço Ribeirinho entrevista o avô José Almeida Ribeirinho, atualmente tem 78 anos. Quando se deu o 25 de Abril 1974, tinha 28 anos.

Avô José Ribeirinho – Eu estava a trabalhar conforme fazia todos os dias e os trabalhadores comentavam o que estava acontecer em Lisboa, que foi a revolução dos militares contra o estado novo.


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